terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sue e O Segredo Azul

Revelações:



__Bom dia ma Cher! Vi quando saiu da hospedaria, por acaso é amiga de Apolinário?
Antes de responder olhei aquela mulher que surgiu do nada. Finamente vestida com um tubinho de cor anil que, misteriosamente se escondia sob um casaco de tweed azul royal. Seus olhos negros e bem delineados pela maquiagem sorriam e sua boca em flor gardênia balbuciava em francês pequenos sons que eu, nem de longe entenderia. Junto ao peito, abrigava um pacote envolvido em papel de seda perolado e, ela toda exalava uma aura musical inebriante. Suspirei e cai na real respondendo:
__Sim, sou amiga dele... E você quem é?
__Não importa muito quem eu seja (agora) meu bem, mas posso lhe adiantar que conheci a fundo seu amigo.
__É mesmo, e como se chama?
__Me chamam de Sue...

Começou a nevar e eu a convidei para um café, assim poderia sondar e, quem sabe, achar o fio da meada dessa história toda.
Ela sem demora aceitou. Minha curiosidade começou a dar sinais e eu sem disfarçar iniciei uma perseguição, com meu olhar, para aquele embrulho que ela (ainda) mantinha no peito, abrigado por mãos alvas com dedos finos e bem torneados, emoldurando unhas de um vermelho vulcânico.

Enquanto caminhávamos, eu lembrei dos sapatos que Apolinário comentou –aqueles que tocavam música e sem demora olhei disfarçadamente nos pés dela.
Usava no momento um srcapin azul noite em verniz com salto agulha de uns 12cm mais ou menos. Talvez ele tocasse algo para mim... (céus, eu deveria estar ficando maluca).

Ao atravessarmos a rua vimos o Boulevard Bazart Café, um bistrô super charmoso, com a fachada em madeira acastanhada, com várias gaiolas floridas exibindo pássaros ornamentais, que de longe pareciam artificiais(e eram).

As janelas eram adornadas com floreiras que davam um toque angelical à calçada de lajotas brilhantes em branco e marfim. Entramos rapidamente.
De ambiente acolhedor e refinado, o bistrô servia refeições rápidas e algumas opções de café e chás que se completavam com muitas gostosuras como biscoitos amanteigados, croissants, geléias e toda sorte de guloseimas.

Escolhemos uma mesa encostada na parede, no corredor lateral, bem sob uma arandela em formato de borboleta que para meu contentamento estava acesa e brilhante.
Antes de sentar, aquela mulher exuberante, retirou o casaco revelando um corpo escultural, e quase todo o restaurante parou pra olhar. Eu me sentia o próprio patinho feio.

Delicadamente ela colocou o embrulho na mesa e sobre ele sua carteira.
Eu não me contive e num ímpeto perguntei:
__Desculpe, mas o que leva nesse embrulho?
__Ah, o embrulho? Não se preocupe querida, logo vai saber. Ele faz parte de nossa conversa. Mas antes vou fazer meu pedido.

Cocei a nuca olhando em redor e logo vi o garçon aproximando-se e então desconversei.
__Ahm, está bem... Vamos pedir então.
Nesse meio tempo eu não tirava os olhos dela, tentando adivinhar respostas aos questionamentos internos de uma jornalista até que eu disse:
__Você é brasileira, estou certa? Fala muito bem a minha língua.
__Oui ma Cher! Estou aqui porque tornei-me parte de Paris.

... Que resposta convincente, (pensei já meio cansada de bancar a boa moça) – aquelas educadas e gentis. Ahh, você faz parte de Paris?! Interessante... Mas nada revelador, minha cara. Chega de rodeios e vamos aos finalmente.
Nesse momento meus olhos lançaram farpas sobre ela e eu então mostrei que Alline era também um mulherão e que sabia muito bem o que queria e porque estava ali.
Oh, cherry, se aquiete, agora que Apolinário sumiu posso respirar aliviada e voltar a ser o que realmente sou.

Depois dessa revelação eu queria mesmo é estar deitada em minha cama, no meu apartamento, no Brasil. Onde da janela eu pudesse avistar o pedacinho de céu que Tom Jobim recortou e colou em sua música. Perguntando (revoltada), o que ganharia estando em Paris, coberta de neve, num bistrô qualquer com uma mulher saída de uma revista em quadrinhos?!

Em meio à toda comilança, de repente, Sue pega o embrulho. Abre , entregando-me. Precisei de um gole d’água quando vi o que era. Ela olhou, sorrindo __ eis aí todas as respostas mademoiselle. Fique com meu cartão. Qualquer dúvida é só me telefonar.
Deixou alguns francos para saldar a conta, beijou-me na testa e saiu.






6 comentários:

  1. AAAAAAHH,QUERO VER O EMBRULHO TAMBÉM.
    COMO VC PODE SER ASSIM AMIGA? EU AMO TE LER, DE VERDADE, AMO MESMO, A CADA PARÁGRAFO É UMA NOVIDADE, UM SUSPENSE, E POR CERTO PEDACINHO DA PERSONAGEM EU ME VI NELA, MÃO ALVAS, DEDOS FINOS E UNHAS VERMELHAS. AHHHH MINHAS MÃOS E DEDOS SÃO ASSIM, RSRSR.

    ADOREI MAIS AINDA A MULHER SAÍDA DE UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS. MAS O QUE MAIS ME FASCINA É A MANEIRA COMO COLOCA O SUSPENSE. E AGORA ANCIOSA PARA O PRÓXIMO CAPÍTULO.

    BJS GRANDE.
    PATTY.

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  2. Patty, o que fascina em você (entre outras coisas), é essa tua fome de leitura (como eu) kkkkkk.

    Obrigada minha querida por acompanhar a série que já está por terminar.

    bacios da Lu

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  3. AA, AMIGA, FOME DE LEITURA TENHO MESMO. É SÓ ME DIZER QUE TEM NOVIDADES, EU VENHO RAPIDINHO, ADORO TANTO LER, COMO CONTAR, TODOS OS DIAS PASSEIO PELA MINHA LISTA PARA VER AS NOVIDADES, E SÃO DELICIOSAS DE LER. ADORO QUASE TUDO.

    BJS!

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  4. Malvada! Pensei que ia revelar algo importante e saio de mãos vazias. O pacotinho só você viu. O Apolinário continua desaparecido. E a mulher maravilha está feliz com o fato e diz poder voltar a ser ela mesma. Nossa! Quanta curiosidade me despertou!!!! Grande beijo!

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  5. CADE O EMBRULHO DA NOSSA COLEGA?}

    MOSTRA LOGO.

    BJS...

    CURIOSA.COM . KKKKK!

    BJS!

    AHHH NO PHOTOSHOP TEM NOVIDADES COM COLAGEM DE FOTOS! BJAOOO. PASSE POR LA!

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  6. Querida, estou esperando mais (rss). Bjs.

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