terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Série: Um Sonho em Paris SAUDADE DE UM CERTO AMIGO

Carta secreta (universalmente deflagrada por mim) – a meu amigo, o brasileiro que sonha no estrangeiro.


Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1976

“Querido e inesquecível G. Apolinário
Sei que está assolado pelo deslsumbramento feminino de uma figura que, sem saber, tornou-se tua carcereira.


La Femme Blue
 

Preciso urgentemente falar-lhe. Telefonema custa caro e você sabe que tenho precisão em economizar. Então o correio foi a melhor opção.
Outro dia recebi um aviso do banco em teu nome que dizia que o débito automático estava cancelado e que tuas contas seriam enviadas pra tua casa. Teu aluguel está atrasado 10 meses ( se é que te lembras).

O tintureiro entregou o terno da formatura aqui em casa e reclamou dizendo que nunca mais pega tuas roupas. Só pra te avisar, eu paguei o tintureiro.
Manda notícias seu ingrato e pare com essa loucura de mulher azul, senão eu mando a Súreté Nationale te prender - SEU MALUCO!

Se você não enviar resposta, pego suas economias e compro uma passagem e te trago a força".

Teu amigo/irmão (infalível e fiel)
A.C

sapatos da femme blue - aqueles que tocam música  - somente para os ouvidos de G. Apolinário

domingo, 27 de janeiro de 2013

Fragmentos de um devaneio

Amigos, gostaria muito de dividir com vocês uma série de textos (ainda em execução)que devem compor uma releitura da obra de Roberto Drummond, um escritor que revolucionou a literatura nos anos 70 com sua escrita despojada e direta.

Nestes ensaios eu reescrevo uma obra que o consagrou e que lhe rendeu o Premio Jabuti de Literatura. A obra em quetão é: A MORTE DE D. J. EM PARIS - para quem já leu será mais fácil fazer a releitura através de minha escrita. Para quem não leu, deixo aqui uma excelente indicação de leitura, entre outras, deste autor pós-moderno que grande influencia teve em meu estilo.

Neste primeiro momento apresento a vocês um pequeno texto de abertura entre os demais ensaios.



Fragmentos de um devaneio
(sussurros de um homem atormentado)


Prólogo

Escrevo sobre G. Apolinário – (um de meus personagens que invariavelmente perde-se entre suas múltiplas personalidades) - no caso, G. Apolinário é D. J. de R. Drummond.

Não tenho dormido quase nada pra falar a verdade. Aceitei a sugestão de meu vizinho de quarto e passei a usar protetores auditivos para afastar o barulho incandescente do transito.
Em algumas noites tomo um comprimido para dormir. Outras, fico de olhos pregados no teto em cruz de meus escárnios.

Um ronco imaginário dorme a meu lado, enquanto lá fora a chuva castiga a vidraça. Sei que almas viram estátuas no ponto de ônibus eternamente plantado em frente à minha janela. Acendo a luz do abajur vermelho, tipo cereja doce e ligo o ventilador de teto. Depois acendo um cigarro só pra relaxar.

Paris grita enlouquecida e iluminada. Quem sabe eu seria mais feliz se estivesse sentado em um dos milhares de cafés espalhados pela sexta-feira com cara de sábado.

Em meus sonhos (quando os tenho), encontro com ela. Encantadora de meus pensamentos, que assobia e dança com a música que sai de seus sapatos. Ela, que desfila e desnuda a neblina. Que fala a meus ouvidos com voz de blues. 


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Apresentação


Rio Sena em Paris


Paris é uma cidade que invade meu ser com tanta intensidade que eu resolvi fazer um blog para externar tão grande tempestade.
Apesar de nunca ter conhecido a cidade-luz e não falar francês, estou sempre às voltas com sua cultura e história.

Adquiri alguns livros/guias para tanto e vou portanto trazer aos poucos um tantinho desse sonho que um dia poderá tornar-se realidade.

Vou contar pra vocês uma releitura que fiz através da obra de Roberto Drummond, onde ele descreve a história de um professor de francês um homem que descobriu o devaneio como fonte de nutrição para alimentar sonhos (talvez) infundados. Vamos descobrir juntos a loucura e a delícia de ser o que se quer ser!

O título da série por mim escrita é: FEMME BLEU- derivada da obra que tem por nome: A MORTE DE D. J. EM PARIS.

O personagem central é mantido com sua essência integral, porém com algumas adaptações minhas.
A história em si também obedece às idéias de Roberto Drummond e da mesma forma sofre alguns ajustes de minha parte.

Deixo claro que não haverá plágio, mesmo porque eu darei todos os créditos ao autor em questão e que minhas adaptações fazem parte da minha releitura.

Por conseguinte entende-se  a veracidade da obra de Roberto Drummond que escreveu:


A MORTE DE D.J. EM PARIS
E a consequência da re(leitura) da obra do autor por mim escrita que tem por nome:
FEMME BLEU - quimeras
Creio que todos entenderam minha proposta!
Outrossim, irão desfilar por estas páginas um pouco da história e da cultura da cidade, embora em uma das abas do blog terá na íntegra estas descrições com imagens colhidas na NET ou no guia Publi Folha.
E vamos de sonhos por que o ser humano necessita exercitar um pouco o degrau da pisquê de Freud, denominado ID - onde o fantasioso entra em cena libertando as amarras do super-ego.
Tenho histórias a contar - espero você!
Obrigada
by Lu Cavichioli